É um caso para dizer que fora das salas de aulas é possível juntar a teoria e a prática. Estudantes da Universidade Lúrio, dos cursos de Desenvolvimento Local e Relações Internacionais, desenvolvem iniciativas de intervenção social no contexto do projecto “Um Estudante, Uma Família” virado para a preservação e manutenção do património cultural e não só.
São estudantes do 2° ano da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Unilúrio que, no âmbito da disciplina de Laboratório de Estudos da Sociedade, têm a possibilidade de entrar em contacto com a comunidade. Estão integrados em seis projectos, nos quais o mais notável é o da criação de sombras e bancos nas paragens de autocarros. Essas aulas práticas acontecem na Ilha de Moçambique.
Wilson Profício Nicaquela, Director dessa Faculdade, explicou ao Novo Postal que “são cerca de seis projectos, dentre os quais o de saneamento do meio que culminou com a colocação de seis tambores de lixo numa zona continental da Ilha em parceira com algumas escolas secundárias”. Destaca-se igualmente a reposição de árvores no contexto da reconstrução pós-ciclone Gombe: foram cerca de 150 mudas de plantas nativas recolocadas naquela parte do país em parceria com uma organização não-governamental.
Diagnóstico rápido para se apurar quais são as principais necessidades dos jovens da comunidade que culminou com a realização de um curso de Electricidade Instaladora a 50 jovens, formação e distribuição de material de higiene pessoal e colectiva num estabelecimento penitenciário da Ilha de Moçambique, formação em primeiros socorros no mesmo espaço penitenciário e curso de corte e costura que envolveu cerca de 30 raparigas da cidade insular moçambicana são alguns projectos já desenvolvidos por essa Faculdade.
Neste ano, os projectos estão na 5.ª edição e, desde o seu início em 2018, já estiveram envolvidos cerca de 300 estudantes de forma contínua. Segundo referiu Wilson Nicaquela “estas realizações circunscrevem-se na Ilha de Moçambique pelas dificuldades que a Faculdade enfrenta como a limitação de recursos – concretamente a mobilidade com vista à implementação desses projectos em outros pontos como Mussorize, Monapo, Namialo entre outros”.
Refira-se que esses projectos são desenhados pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e servem, em parte, como um “palco” para o ensaio da criatividade profissional dos estudantes. Por exemplo, os estudantes de Relações Internacionais e Diplomacia é que assumem as negociações para os financiamentos dos projectos. Na componente do Curso de Hotelaria e Turismo, a Universidade já realizou festivais culturais que atraem turistas para a Ilha bem como a implementação do turismo religioso.
#Germano Tembe (Novo Postal)