“O desamparo das flores”: a primeira flor literária de Miguel Luís

“O desamparo das flores”: a primeira flor literária de Miguel Luís

Miguel Luís viajou de Lisboa a Maputo, nos últimos dias, com todos os desamparos possíveis para rever amigos, a família, sentir o cheiro da terra e, também, estrear-se em livro. Trata-se de um escritor que vive dividido entre Lisboa e Maputo. O seu livro de estreia é uma prova dessa divisão do escritor: foi escrito em Lisboa e será lançado em Maputo.

O infanto-juvenil O desamparo das flores, a primeira flor literária de Miguel Luís, irá desabrochar no dia 27 de Abril, no Auditório da Biblioteca Central – Universidade Politécnica, pelas 17h, e será apresentado pela Professora e escritora Sara Jonas.

O desamparo das flores foi a obra vencedora do Concurso Literário Maria Odete de Jesus 2020. O livro, apesar de apresentar flores no título, é, no fundo, uma elegia que procura ecoar a questão de sequestros e tráfico de menores em Moçambique. Aliás, a obra surge num momento em que o fenómeno do desaparecimento “misterioso” de menores faz o dia-a-dia de quase todos.

São diversas famílias, nas redes sociais, e não só, que partilham, diariamente, fotografias de crianças desaparecidas e até de pessoas crescidas. A cidade de Maputo, e não só, transformou-se, nos últimos dias, num enorme jardim de “flores desamparadas”. Como bem disse o autor, em diversos momentos, “O desamparo das flores é para mim um grito contra aqueles que tentam transformar as crianças em flores murchas”. 

Esse livro é também constituído por farrapos, em parte, da infância do autor, das suas peripécias infantis dentro e fora da família. É também um regresso à infância nos bairros assombrada pelos famosos carros dos “tatá pápá, tatá mamã”.

A edição 2020 do Concurso Literário Maria Odete de Jesus, promovido pela Universidade Politécnica, esteve aberta à literatura infanto-juvenil (prosa). O júri foi constituído por Gilberto Matusse (professor de literatura, presidente), Maria João de Ataíde Carrilho Dinis (pesquisadora de língua portuguesa) e Teresa Noronha (editora).

#Angelina Jotamo

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